Influencer crítica curso masculino frequentado por famosos: “É um retiro para reafirmar a masculinidade tóxica”

Programa cristão tem ganhado destaque entre celebridades como Eliezer, Thiago Nigro e o pai de Neymar 

O influenciador Arthur Urso fez duras críticas públicas ao Legendários, movimento cristão voltado exclusivamente para homens e que tem se popularizado entre celebridades brasileiras. Criado pelo pastor Douglas Gonçalves, da igreja JesusCopy, o programa combina retiros com exercícios físicos intensos, trilhas em montanhas e discursos voltados à masculinidade cristã. A proposta, segundo os organizadores, é “despertar o homem segundo o coração de Deus”.

Nos últimos meses, o curso ganhou notoriedade nas redes sociais após atrair nomes como Eliezer (ex-BBB e marido de Viih Tube), Thiago Nigro (conhecido como Primo Rico), o pai do jogador Neymar, além de Kleber Bambam e Lucas Guimarães. “Eu precisava viver isso”, escreveu Eliezer ao postar fotos do encontro. Thiago Nigro afirmou que o retiro o levou ao “nível mais profundo” de sua vida espiritual.

Mas para Arthur Urso, defensor da não monogamia e de formas alternativas de relacionamento e masculinidade, o curso está longe de representar uma verdadeira transformação.

“É vendido como uma jornada de autoconhecimento, mas no fundo é um retiro para reafirmar a masculinidade tóxica — aquela velha fórmula do homem forte, provedor e moralmente superior que só funciona dentro de uma lógica machista e monogâmica”, criticou Arthur em suas redes.

Segundo ele, o movimento ignora completamente discussões essenciais como vulnerabilidade emocional, sexualidade fluida, paternidade ativa e liberdade relacional. “A real transformação acontece quando o homem começa a ouvir, a se despir do ego, e não quando sobe uma montanha achando que vai voltar mais homem que os outros”, disse.

Arthur também provocou os discursos do curso sobre “ser o melhor marido”:

“Mas o que isso significa? Voltar pra casa impondo regras e escondendo desejo? Tem muito homem aprendendo a amar de verdade sem precisar controlar ninguém.”

A crítica dividiu opiniões nas redes. Enquanto alguns seguidores elogiaram a coragem de Arthur em expor uma estrutura que, segundo ele, “se disfarça de espiritualidade para reforçar padrões antigos”, outros defenderam o curso como um espaço de reconexão pessoal.

“Um curso de masculinidade que não inclui escuta, diversidade e liberdade é só mais do mesmo. Um pacote conservador com marketing moderno”, finalizou.

Jessica Estrela Pereira
11940747166
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