A Odebrecht Engenharia e Construção iniciou formalmente o processo de recuperação judicial nesta quinta-feira (27), como parte de um esforço para reestruturar seus passivos e garantir aporte de capital. A empresa anunciou que está buscando equacionar uma dívida estimada em US$ 4,6 bilhões (cerca de R$ 25,4 bilhões na cotação atual do dólar), visando fortalecer seu fluxo de caixa em meio ao atual cenário de retomada dos investimentos no setor de infraestrutura e construção pesada.

Atualmente, a OEC mantém 31 obras em andamento, sendo 21 no Brasil e 10 no exterior, empregando mais de 15 mil profissionais. A recuperação judicial está restrita às operações brasileiras da empresa e não afetará a execução de contratos vigentes nem a prospecção de novos projetos.

A companhia também está negociando um financiamento que pode chegar a R$ 650 milhões por meio do mecanismo de “DIP Financing” (debtor-in-possession), um tipo de aporte de capital supervisionado judicialmente. Esse financiamento será utilizado para equacionar o endividamento existente, reforçar o fluxo de caixa e apoiar as atividades da OEC, incluindo a viabilização de novos projetos e a obtenção de garantias.

Com o objetivo de agilizar o processo, a OEC já negociou previamente com uma parte significativa de seus principais credores financeiros. A empresa espera implementar a recuperação judicial de forma eficiente e controlada, em um prazo menor do que o usual para iniciativas dessa natureza.

A decisão de buscar a recuperação judicial foi estruturada com o suporte de consultorias especializadas como Lazard, Cleary Gottlieb, E. Munhoz Advogados, RK Partners e Stocche Forbes Advogados, refletindo um planejamento detalhado para garantir a sustentabilidade financeira e operacional da empresa.