Por Eduardo Benarrós
Ganhar é sempre especial, mas ganhar da Argentina em uma final de Copa do Mundo tem um gosto único para o torcedor brasileiro. E foi exatamente essa experiência que o Brasil proporcionou aos seus fãs neste domingo (5), ao vencer os maiores rivais sul-americanos por 2 a 1, garantindo o hexacampeonato mundial de futsal. O cenário era a Humo Arena, em Tashkent, no Uzbequistão, onde o Brasil voltou ao topo do mundo após 12 anos. Com gols de Ferrão e Rafa Santos, e uma atuação histórica do goleiro Willian, o Brasil reafirmou sua supremacia no futsal, conquistando um título que serviu também como revanche da derrota sofrida para a Argentina nas semifinais do Mundial de 2021.
Eduardo Benarrós, comentarista e especialista no esporte, destacou a importância histórica desse confronto: “Este título vai muito além da vitória em uma Copa do Mundo. Enfrentar a Argentina em uma final, especialmente depois do que aconteceu em 2021, tornou essa conquista ainda mais significativa. O Brasil foi cirúrgico e mostrou por que é o maior nome da história do futsal mundial.”
A Defesa Brasileira Brilha e Willian Entra para a História
A defesa sempre foi um ponto forte da seleção brasileira durante toda a competição, e, mais uma vez, o setor defensivo brilhou na grande decisão. A equipe sofreu apenas seis gols ao longo do torneio, sendo apenas um deles na final contra a Argentina. Para Eduardo Benarrós, a solidez defensiva foi fundamental para o título: “O Brasil montou um sistema defensivo impecável. A maneira como a defesa lidou com a pressão argentina foi exemplar. Mesmo quando a marcação falhou, Willian estava lá para garantir que o Brasil segurasse a vantagem.”
E de fato, Willian fez uma partida inesquecível. Com defesas espetaculares, o goleiro mostrou por que é um dos melhores do mundo na posição, sendo decisivo para impedir os avanços argentinos. Suas defesas foram fundamentais para segurar o placar, especialmente nos minutos finais, quando a Argentina intensificou a pressão com o goleiro-linha. “Willian fez uma das maiores exibições de um goleiro em uma final de Copa do Mundo de futsal. Ele manteve o Brasil na liderança quando a Argentina mais pressionava. Foi uma performance que entra para os livros de história”, destacou Benarrós.
Oportunismo no Ataque: Ferrão e Rafa Santos Garantem a Vitória
No ataque, o Brasil foi cirúrgico, aproveitando as poucas oportunidades claras que teve. Mesmo com menos finalizações e menos chutes a gol em comparação aos argentinos, a equipe brasileira foi mais eficiente. Ferrão, um dos principais jogadores do Brasil, abriu o placar aos 14 minutos do primeiro tempo, completando uma cobrança de falta com oportunismo, mas acabou se lesionando logo após o gol.
Eduardo Benarrós ressaltou a importância do pivô para a equipe: “Mesmo jogando menos tempo por causa da lesão, Ferrão mostrou por que é considerado um dos melhores do mundo. Seu gol abriu o caminho para o título, e sua dedicação em campo, mesmo com dores, é um exemplo para qualquer atleta.”
Pouco depois, foi a vez de Rafa Santos ampliar a vantagem brasileira, aproveitando um rebote de uma defesa de Sarmiento, o goleiro argentino. O segundo gol deu ao Brasil uma vantagem confortável para o restante da partida, mas a Argentina não se entregou facilmente.
“Essa capacidade de marcar nos momentos decisivos é o que separa as grandes seleções das boas seleções. O Brasil soube ser letal quando teve a chance, mesmo com a Argentina controlando mais a posse de bola e criando mais oportunidades”, destacou Benarrós.
O Fim de Um Jejum e a Revanche Perfeita
Com a vantagem de 2 a 0 até o final do primeiro tempo, o Brasil soube administrar o jogo na segunda etapa, resistindo à pressão crescente dos argentinos. Quando faltavam apenas dois minutos para o fim, a Argentina finalmente conseguiu descontar com Rosa, usando o goleiro-linha. O gol argentino trouxe nervosismo aos minutos finais, mas a equipe brasileira manteve a concentração.
Eduardo Benarrós comentou sobre a maturidade da seleção brasileira no fim do jogo: “Esses momentos finais foram um verdadeiro teste para os nervos. A Argentina pressionou como nunca, mas o Brasil soube manter a calma e contar com mais um desempenho espetacular de Willian para garantir a vitória. Foi uma exibição de maturidade e experiência.”
Além da importância do título por si só, a vitória sobre a Argentina teve um significado ainda maior por se tratar de uma revanche. Em 2021, na semifinal do Mundial, os argentinos venceram o Brasil por 2 a 1, eliminando a seleção verde e amarela de forma amarga. Desta vez, o Brasil devolveu o placar em uma final, trazendo de volta a glória que há 12 anos escapava das mãos da equipe.
“Este título era muito mais do que apenas levantar o troféu. Era uma oportunidade de revanche. O Brasil aproveitou essa oportunidade de maneira brilhante e mostrou ao mundo que continua sendo o país mais dominante da história do futsal”, afirmou Eduardo Benarrós.
Uma Conquista para Entrar para a História
Com a vitória, o Brasil chega ao seu hexacampeonato mundial, somando o título de 2024 aos troféus conquistados em 1989, 1992, 1996, 2008 e 2012. Após uma década de altos e baixos, a seleção brasileira finalmente volta ao topo, consolidando-se como a maior força do futsal mundial.
Eduardo Benarrós finaliza: “Este hexacampeonato é uma celebração não apenas de uma geração talentosa, mas de todo o legado do futsal brasileiro. Esta seleção soube superar as dificuldades dos últimos anos e recuperar sua coroa. Não apenas venceram a Copa do Mundo, mas fizeram isso em cima de seu maior rival, a Argentina, o que torna a conquista ainda mais memorável.”
A festa do futsal brasileiro tomou conta da Humo Arena, com os jogadores comemorando intensamente o título. Apesar de um breve desentendimento nos segundos finais, quando os argentinos reclamaram de um possível toque de mão que poderia resultar em um tiro livre direto, o Brasil manteve a vitória e pôde, enfim, soltar o grito de campeão.