Índice de confiança do setor de serviços tem quinta alta seguida, aponta FGV


Instituição ressalva que trajetória ascendente do indicador é desigual entre os segmentos do setor. Índice que mede situação atual sugere que não há alteração no ritmo de demanda mensal. O Índice de Confiança de Serviços, medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), avançou 2,9 pontos em agosto, para 87,9 pontos. Embora seja a quinta alta consecutiva, há desaceleração do indicador desde julho.
Em julho, a confiança dos serviços havia avançado 11,2 pontos. Já em agosto, a alta foi de 6 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice apresenta alta de 5,4 pontos.
De acordo com Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE, apesar de manter a trajetória ascendente, a confiança do setor de serviços mostra ritmo desigual entre os seus seguimentos. Além disso, enfatizou que o índice permanece abaixo do patamar pré-pandemia.
“Houve acomodação nos indicadores que medem a situação atual, sugerindo que não há alteração no ritmo de demanda por serviços no mês, apenas aumento das expectativas”, apontou Tobler.
Confiança do setor de serviços em setembro
Economia/G1
Dos 13 segmentos dos serviços pesquisados pela FGV, 11 apresentaram variação positiva na passagem de agosto para setembro. As avaliações sobre o momento atual se mantiveram estáveis, enquanto as expectativas em relação aos próximos meses melhoraram, acumulando os cinco meses de alta consecutivos.
O Índice de Situação Atual (ISA-S) variou 0,1 ponto, para 76,9 pontos, ainda abaixo do nível pré-pandemia. O Índice de Expectativas (IE-S), por sua vez, cresceu 5,4 pontos, para 98,9 pontos, igualando-se ao nível pré-pandemia (fevereiro de 2020). O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) do setor de serviços se manteve estável em 81,8%.
Ainda segundo o economista da FGV, a conjuntura econômica atual ainda não sugere que a retomada do setor de serviços seja sustentável.
“Para os próximos meses, o cenário de recuperação deve ser mantido, mas ainda há muita incerteza na sustentabilidade dessa retomada, principalmente pela cautela dos consumidores, piora do mercado de trabalho e proximidade do fim dos programas de auxílio do Governo”, avaliou.
Melhor perspectiva para o terceiro trimestre
A FGV destacou que o setor iniciou o segundo semestre de maneira distinta ao encerramento do primeiro, registrando sucessivos ganhos de confiança em todos os setores. No terceiro trimestre, o Índice de Confiança de Serviços registrou aumento de 22,9 pontos no total.
Comparando com o desempenho do trimestre anterior (queda de 30 pontos), houve uma recuperação de 76,2%.
Entre os principais segmentos analisados, os serviços de Transportes foram os que conseguiram melhor recompor a confiança no período, recuperando 89,0% do ICS. Em contrapartida, os serviços prestados às famílias, que registraram a maior queda no trimestre (38,5 pontos), não conseguiram recuperar sequer metade da confiança perdida (47,5%).
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Fernanda de Souza

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