Médicos e pacientes se esforçam para quebrar preconceitos do uso medicinal da cannabis

Diagnosticada com fibromialgia, a engenheira eletrônica Lorena Barreto tentou, por sete anos, encontrar um medicamento que pudesse amenizar as dores que sentia por todo o corpo. Durante a pandemia ela viu o desconforto aumentar — e decidiu que era hora de encontrar uma solução alternativa. Ao perceber que os remédios mais conhecidos para a doença não estavam fazendo efeito, Lorena foi orientada por um médico a começar um tratamento com canabidiol, uma das substâncias encontradas na maconha e que tem uso medicinal.

A engenheira conta que teve medo do resultado, mas acabou se surpreendendo. Depois de vencer isso, ela agora, enfrenta outro problema: o custo do tratamento. O diretor técnico do Centro de Excelência Canabinoide, Pedro Pierro, explica que, atualmente, é possível conseguir fazer uso do canabidiol de três formas no país — mas todas elas chegam a custar entre R$ 600 e R$ 1 mil por mês ao paciente. Além do preço, o processo de autorização para uso demora cerca de vinte dias.

Mesmo assim, o número de pessoas que tem procurado o medicamento é cada vez maior no país. Segundo dados da Anvisa, entre 2015 e 2018, o volume de pacientes com cadastro aprovado para importação do canabidiol saltou de 800 para mais de 7.786, com alta de 842%. Para usar o medicamento é preciso prescrição médica e autorização da Anvisa. Vale lembrar, que plantar ou comercializar maconha no Brasil sem autorização da Justiça é crime.

*Com informações da repórter Beatriz Manfredini

Fernanda de Souza

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