Ao menos 380 baleias-piloto morreram encalhadas desde segunda-feira 21 na ilha de Macquarie Harbour, na Tasmânia, ao sul da Austrália, segundo Nic Deka, diretor do Departamento de Parques e Vida Silvestre local. Outros 30 animais ainda estão presos e 50 foram resgatados.
As causas do fenômeno permanecem desconhecidas e nem os cientistas que estudam as baleias há décadas conseguem elucidar a questão. Alguns pesquisadores afirmam que os cetáceos, de caráter muito sociável, podem ter desviado de seu itinerário depois que se alimentaram perto da costa. Outra hipótese é que podem ter seguido uma ou duas baleias desorientadas.
Para Kris Carlyon, biólogo do governo da Tasmânia, este é um “fenômeno natural”, pois já aconteceu em diversas ocasiões ao longo da história, tanto no sul da Austrália como na Nova Zelândia. “Atuamos neste tipo de situação, mas não podemos fazer muito para impedir que isto volte a acontecer”, adverte.
Na segunda-feira 21, 270 baleias-piloto foram encontradas encalhadas num banco de areia somente acessível por barco na ilha. Desde então, equipes de resgate trabalharam para tentar libertar os mamíferos. Outro grupo, de quase 200 baleias mortas, foi localizado nesta quarta-feira durante um voo de reconhecimento a dez quilômetros do primeiro grupo.
The moment two large pilot whales are released to open seas by Petuna Aquaculture crew after being saved from Macquarie Harbour at Strahan by relentless rescuers from a range of organisations @themercurycomau pic.twitter.com/F6HnJOeB3q
Continua após a publicidade— Patrick Gee (@PatrickGee16) September 23, 2020
Este é o pior incidente do tipo registrado na Tasmânia, um estado insular da costa sul australiana.
A operação de resgate contou com uma equipe de 60 conservacionistas, voluntários e trabalhadores de unidades de pisciculturas locais. Os socorristas, que passaram dois dias nas águas geladas e pouco profundas, conseguiram liberar 50 baleias, utilizando barcos equipados para guiar os animais de volta ao oceano.
A operação prossegue em uma luta contra o tempo para tentar salvar outros 30 animais.
“Estão concentrados no trabalho, um trabalho exaustivo, alguns estão submersos nas águas frias até o torso. Tentamos estabelecer turnos entre as equipes”, explicou Deka. “A boa notícia é que a maioria das baleias resgatadas ainda está em águas profundas e nadando. Não ficaram presas”.