A FDA, agência americana que regula medicamentos, aprovou no domingo, 23, o uso emergencial de plasma de pacientes recuperados no tratamento de pessoas hospitalizadas pela Covid-19. De acordo com a agência, evidências demonstram que os potenciais e constatados benefícios do produto superam os riscos.
“Com base na totalidade das evidências científicas disponíveis para a FDA, é razoável acreditar que o plasma convalescente pode ser eficaz no tratamento da Covid-19”, escreveu Robert P. Kadlec, secretário adjunto de Preparação e Resposta da FDA, na carta de autorização.
Segundo a agência, pesquisas sugerem que o plasma sanguíneo com alto nível de anticorpos pode diminuir a mortalidade e melhorar a saúde do paciente se for administrado nos primeiros três dias de internação. Os dados mostraram que pessoas com menos de 80 anos que não usavam respirador e receberam plasma com altos níveis de anticorpos tiveram uma taxa de sobrevivência 35% melhor um mês após o tratamento do que aqueles que receberam plasma com baixo nível de anticorpos.
Apesar da autorização, a FDA ressaltou que são necessários estudos randomizados e controlados para provar sua eficácia do plasma convalescente. A aprovação tem caráter temporário e por isso exige menos requisitos do que uma aprovação definitiva.
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Pacientes e profissionais de saúde devem ter acesso a folhetos com informações importantes sobre instruções de dosagem e possíveis efeitos colaterais do tratamento. Os principais efeitos colaterais estão associados à transfusão em si, incluindo reações alérgicas, sobrecarga circulatória, lesão pulmonar e possíveis infecções transmitidas pela transfusão.
O tratamento consiste na aplicação de plasma rico em anticorpos doado por pessoas recuperadas da doença. O plasma compõe mais de metade do volume sanguíneo. Amarelado, ele é constituído majoritariamente por água. O restante inclui gorduras, fatores coagulantes, sais minerais e os preciosos anticorpos.
O princípio do recurso médico é simples: os anticorpos, os fiéis escudeiros contra invasores, que nadam no plasma de uma pessoa já imune, ao serem transferidos para outro organismo, passam a trabalhar avidamente. É o que se alcunhou de “imunização passiva”.