Comerciante diz que reconheceu menina sequestrada, pediu ajuda para vizinha e acionou a polícia

Sidinei Barbosa relata que criança foi deixada por um homem em seu estabelecimento, em Santo André, por volta das 19h desta segunda (4). Ele lembrou que tinha visto o caso no noticiário e ligou para a polícia. Menina foi entregue à família horas depois.

O comerciante Sidnei Miranda Barbosa foi um dos responsáveis por acionar a polícia e ajudar a localizar a menina Isabela, de um ano, que estava desaparecida deste sexta (30).

Em entrevista à TV Globo, ele contou que a criança foi deixada em seu estabelecimento por um homem, por volta das 19h desta segunda (3).

“Em torno de umas 19h20, um rapaz falou que encontrou a criança na rua e tinha passado em um CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) lá próximo de casa e falou que estava fechado e ele resolveu deixar lá a criança porque ele ia trabalhar. E ele acabou deixando lá, eu entrei em contato com a polícia, a Carol, que estava chegando do trabalho na hora, eu chamei ela pra ela me ajudar nisso daí porque eu estava sozinho.”

Ele conta que depois que o rapaz saiu do local, ficou olhando para a menina e lembrou do que tinha visto no noticiário.

“Eu nem fiquei olhando pro rapaz, eu fiquei olhando pra criança. Aí foi na hora que caiu a ficha: ‘essa criança apareceu na televisão’, aí foi na hora que eu chamei a Carol.”

O comerciante conta ainda que não conhecia o homem que levou a criança. Ele apenas fez o relato e disse que precisava ir trabalhar.

“Nunca tinha visto ele. Ele tava com um traje que ele ia trabalhar, com roupa que ele estava indo trabalhar de segurança, pelo jeito que ele estava, jaqueta, bonezinho. E ele falou ‘eu não posso ficar porque eu vou ter que trabalhar, senão eu vou chegar atrasado’. Eu falei ‘tudo bem, você pode ir então que eu me viro por aqui’”.

A vizinha, a veterinária Carolina de Souza Martins, conta emocionada como ajudou a acolher a criança.

“Eu estendi os braços pra ela, ela veio, eu conversei com ela, mas ela não responde porque ela tem dois anos, ela não sabe falar, e falei pra ele ‘eu vou levar ela pra minha casa’ porque estava frio e a roupa dela estava curta.”

“Eu tenho um filho de 3 anos, levei ela pra dentro de casa, troquei a roupa dela, acionei a minha mãe, que é GCM de Santo André, e falei: ‘mãe, eu preciso de um apoio’, enquanto isso troquei ela, dei de comer, uma bolacha, uma fruta, e fiquei aguardando. Foi questão de cinco minutos, a guarda já estava lá e aí nós fomos encaminhados”.

Histórico
A menina era procurada desde sexta-feira (30), quando desapareceu após ser levada em um carro.

Ela foi encontrada na noite desta segunda (3) em Santo André. O caso foi registrado como encontro de pessoa pelo 6°DP Santo André e segue em investigação pelo 11°DP (Santo Amaro).

Investigação
De acordo com o delegado Marcel Druziani, do 11º DP, uma mulher identificada como Sandra é a principal suspeita de envolvimento no caso.

“Talvez, em um primeiro momento, seja adoção ilegal, mas não é descartada possibilidade de tráfico para qualquer outro fim”, afirmou o delegado.

“A família veio da Bahia há cinco meses. A senhora trabalha vendendo balas na região de Santo Amaro, para ajudar nos gastos da família. Passou a conhecer uma pessoa de nome Sandra. E, muito amável, foi se aproximando, oferecendo vantagens, fraldas, alimentos, roupas e ganhando a confiança da senhora”, disse Druziani.

Na sexta-feira (30), as duas tinham combinado de se encontrar. Segundo o delegado, Sandra ficou brincando com a criança no colo e um menino de 8 anos, irmão da menina.

A mãe teria atravessado a rua para comprar cigarros e, quando voltou, Isabela tinha desaparecido. “O menino presenciou e disse que Sandra colocou a criança no carro. Dentro do carro prata havia outra mulher e um senhor careca.”

De acordo com a polícia, elas se conheceram na rua. “A mãe não tem endereço nem telefone da Sandra e acreditava que aquela lojinha seria da Sandra, mas não era. Já foi checado.” A polícia também descartou o envolvimento da família no sumiço.

A denúncia
A mãe mudou a versão de como a filha foi levada. Em um primeiro momento, quando registrou o boletim de ocorrência, ela disse que estava vendendo balas em um farol quando parou numa esquina, debaixo de uma árvore, para vestir uma blusa na filha por conta do frio. Segundo um dos familiares, um carro estacionou.

“Eles entraram num bar, pegaram uma latinha de cerveja e na volta para o carro cataram a menina. A mãe puxou a criança, mas um outro homem puxou uma arma enquanto outro pegou a menina e entregou para uma mulher que estava no carro.”

Segundo o delegado, ela afirmou que “estava nervosa e não sabia o que falar”. “Nunca se descarta nada até o fim da investigação. A Sandra teria oferecido dinheiro para que a mãe desse a criança, mas a mãe nunca aceitou.”

Erlandia disse, na ocasião, que a irmã estava tão nervosa que “não fala com coisa”.

O Diário Regional

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