Companhia aérea usará spray anticoronavírus nas cabines

Nesta semana, a companhia aérea American Airlines anunciou o uso de um spray anticoronavírus de longa duração em suas cabines. O produto é capaz de matar 99,9% dos vírus presentes no local, inclusive o Sars-CoV-2. O plano é que o uso do produto seja adotado em toda a frota da American Airlines, incluindo seus parceiros regionais, nos próximos meses.

“O SurfaceWise2 cria uma barreira invisível nas superfícies, que se decompõe fisicamente e mata as células do vírus. Isso ajuda a proteger os passageiros e membros da tripulação contra a transmissão do coronavírus por meio de superfícies, especialmente em áreas de grande contato, como assentos, apoios de braço, mesas e portas de compartimento superiores.”, disse o especialista em doenças infecciosas Charles Gerba, em comunicado da American Airlines.

A principal novidade é que apenas uma aplicação gera efeito por uma semana. Diversas companhias aéreas já adotaram o uso de produtos capazes de eliminar o novo coronavírus nas superfícies. No entanto, os sprays utilizados atualmente precisam ser reaplicados após cada voo.

O SurfaceWise2, produzido pela empresa americana Allied BioScience, é o primeiro produto de longa duração a ajudar a combater a disseminação do novo coronavírus aprovado pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (Epa, na sigla em inglês).

O novo desinfetante, chamado SurfaceWise2, será aplicado por meio de pulverizadores eletrostáticos, que adicionam carga eletromagnética às partículas do produto, tornando-as mais aderentes às superfícies. O método já é amplamente usada por companhias aéreas.

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Outras medidas de segurança adotadas pela empresa para reduzir o risco de contaminação durante os voos é o uso obrigatório de máscaras durante todo o voo, exceto em momentos de alimentação e por crianças menores de dois anos; aumento da frequência de limpeza nas áreas do aeroporto sob seu controle; oferecimento de lenços umedecidos ou gel desinfetantes para os passageiros e limitação da entrega de alimentos e bebidas a bordo da aeronave.

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A ciência já chegou a um consenso de que a principal forma de transmissão da Covid-19 é pelo contato social direto. A transmissão por meio do contato com superfícies contaminados desempenhando um papel secundário na transmissão, mas ainda existe. Por isso, elimina-lo, principalmente em um voo longo, é fundamental.

Entretanto, um crescente corpo de evidências mostra os aerossóis, micro gotas exaladas por indivíduos infectados que permanecer no ar, são uma parte importante da transmissão. Isso é particularmente preocupante durante voos comerciais, quando uma grande quantidade de pessoas está confinada em um espaço pequeno, por longas horas.

Mas, de acordo com especialistas, a probabilidade de um passageiro se infectar a bordo de um avião são relativamente pequenas. Um estudo recente publicado na revista científica JAMA Network Open concluiu que dois passageiros desenvolveram Covid-19 após um voo de quatro horas de Tel Aviv, em Israel, a Frankfurt, na Alemanha. Os dois estavam sentados na parte de trás da aeronave, no corredor oposto ao de sete passageiros que haviam contraído o vírus sem saber.

Em um voo anterior, do Reino Unido para o Vietnã um único passageiro parece ter espalhado o vírus para outros 14 passageiros e um membro da tripulação. Até agora, esta é a única transmissão “em massa” registrada.

Uma possível explicação para o baixo nível de transmissão em aviões é que a troca do ar nas cabines das aeronaves modernas é realizada a cada dois ou três minutos e a maioria dos filtros de ar desses locais tem capacidade para reter 99,99% das partículas.

Na American Airlines, por exemplo, filtros Hepa purificam o ar da cabine a cada 2 a 4 minutos desde o final da década de 1990. Essa tecnologia contém o máximo de eficiência na filtragem do ar e também é usada em hospitais e instalações médicas para manter os ambientes livres de bactérias e vírus.

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Fernanda de Souza

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