‘Inadmissível’, diz professor que denunciou prefeito de Glicério por intolerância religiosa

Caso foi denunciado na terça-feira (12) e criação da CEI foi aprovada pelos vereadores nesta quinta-feira (13); boletim de ocorrência foi registrado e a Polícia Civil de Araçatuba (SP) vai investigar.

O professor que denunciou o prefeito de Glicério (SP), Ildo de Souza (PSDB), por intolerância religiosa disse em entrevista à TV TEM que se sentiu ofendido com a publicação do político nas redes sociais.

Souza atacou praticantes de religiões de matriz africana: “macumbeiros têm pacto com o Diabo (…) vão queimar no fogo do inferno junto com seus amiguinhos do Diabo (…) nunca vi macumbeiro fazer o bem (…) e quem faz macumba é gente do mal”

“Eu e os irmãos de fé já estamos cansados de ser taxados como pessoas do mal. Pessoas que incitam a violência e o ódio contra a religião de matriz africana são desagradáveis. O prefeito não tem o direito de condenar as pessoas que seguem essa religião como filhos do Diabo. Isso é inadmissível”, lamentou Paulo Javarezzi.

O caso foi denunciado na terça-feira (12). Nesta quinta (14), a Câmara de Vereadores de Glicério aprovou a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apurar a denuncia.

A Polícia Civil de Araçatuba (SP) vai investigar o caso, que foi registrado na Delegacia de Glicério por crime de ultraje a culto, sentimentos religiosos e profanação de objeto de culto.

À TV TEM, Ildo disse que não vai se manifestar sobre a publicação, mas afirmou que respeita todas as religiões e negou ter ofendido qualquer crença.

Em nota nas redes sociais, publicada na quinta-feira, o prefeito escreveu que acredita que a diversidade de crenças e a liberdade para professar elas são pilares fundamentais para uma sociedade mais justa. Ele ainda ressaltou que desconhece a fundo as práticas e crenças de religiões de matriz africana.

“É de extrema importância ponderar que, na realidade, minha postagem visava destacar a manipulação das crenças legítimas por pessoas contrárias ao meu posicionamento político, que utilizam rituais inadequados para promover ataques direcionados a minha família”, escreveu Ildo.

 

O Diário Regional

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