O índice de isolamento social no país está em 36,6%, de acordo com dados mais recentes gerados pela startup Inloco. A taxa é drasticamente menor do que a aferida em março deste ano, no início das quarentenas, quando houve o pico de 62,2% de pessoas em casa. A empresa faz o monitoramento da movimentação dos brasileiros por meio de sinais de telefones celulares em uso.
Mesmo com o aumento de pessoas nas ruas causado pela liberação de grande parte do comércio, bares e restaurantes, a média móvel de casos e mortes no Brasil segue em queda, chegando ao menor patamar desde 23 de maio para óbitos e desde 22 de julho para diagnósticos positivos (veja o gráfico abaixo). Hoje, quinta-feira, 27, a média de óbitos em decorrência da Covid-19 foi de 906,4. A de casos ficou em 37.059,4 registros. Este cálculo de médias móveis leva em conta os dados dos últimos sete dias divididos por sete, para neutralizar as subnotificações naturais aos finais de semana, quando parte das secretarias de saúde funcionam no esquema de plantão e demoram a repassar os dados de novos casos e mortes.
Uma explicação possível para a desaceleração do contágio é a possibilidade de que a imunidade de rebanho ocorra antes do que o esperado no início da pandemia. Essa taxa é alcançada quando o número de pessoas imunes a uma infecção chega a um nível que freia sua disseminação. Isso pode acontecer de forma natural, quando as pessoas são contaminadas ou por meio de vacinas.
Inicialmente, acreditava-se que seria necessário que 70% da população fosse infectada para alcançar a imunidade coletiva contra o novo coronavírus. Agora, já existem trabalhos científicos que apontam a possibilidade que a desejada imunidade possa ser acalçada quando 50%, 43% ou até 20% de uma comunidade específica desenvolva os anticorpos.
O uso correto de máscaras de proteção (obrigatórias para praticamente todos os ambientes onde há circulação de pessoas no país) e o distanciamento social em locais públicos também podem ter impactado positivamente neste processo de abertura.