Justiça do DF mantém prisão de suspeito de atirar em homem após briga de trânsito

Empresário Hugo Olinto de Menezes Santos, de 38 anos, vai ficar preso preventivamente; g1 tenta contato com defesa do investigado. Vítima sobreviveu ao ataque e está internada no Hospital de Base.

O Núcleo de Audiências de Custódia (NAC) decidiu, nesta terça-feira (17), manter a prisão do empresário Hugo Olinto de Menezes Santos, de 38 anos. Ele foi preso nesta segunda (16), um dia após atirar contra Ronei Brandão Ramos após uma briga de trânsito (veja detalhes abaixo).

Segundo o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), o suspeito foi preso em flagrante, mas com a decisão, passará para o regime preventivo. Segundo a Corte, ele foi preso por tentativa de homicídio qualificado e porte ilegal de arma de fogo.

 texto diz ainda que o suspeito “demonstra especial periculosidade e ousadia ímpar, tornando necessária a constrição cautelar para garantia da ordem pública”. Agora, o processo segue para o Tribunal do Júri de Brasília.

Vítima dirigiu até o hospital

Ronei contou que depois de sair do carro para fotografar a placa do outro veículo, o motorista atirou. Uma das balas atravessou o vidro e acertou as costas de Ronei.

Ronei está internado no Hospital de Base. Segundo a família, ele tá consciente, conversando e já não sente tantas dores.

Tatiane Félix, esposa de Ronei, estava com o marido até pouco antes dele ser baleado. Ela contou que pediu que ele ficasse em Taguatinga, mas, o marido disse que precisava ir para Planaltina.

Cerca de uma hora depois de se despedir, Tatiane recebeu um telefonema de uma enfermeira do Hospital de Base informando que o marido dela estava internado. Segundo os funcionários do hospital, Ronei chegou sozinho, dirigindo o próprio carro.

“Ele chegou, estacionou o carro, e já desceu todo sangrando. As pessoas ajudaram, graças a Deus, ele conseguiu chegar” [ao hospital] , conta a esposa de Ronei.
No hospital, o motorista contou para a mulher que estava no SIA, quando outro carro atingiu o veículo. Ronei não deu detalhes se houve discussão.

“O quadro dele está estável, mas ele está com dreno, porque teve perfuração de pulmão, teve uma vértebra fraturada e está aguardando ele ficar estável para a cirurgia. Eu não sei o que está acontecendo com as pessoas, a intolerância está muito complicada”, diz Tatiane.

A doutora em psicologia do trânsito Ingrid Neto explica que as brigas ao volante estão ligadas à ansiedade, à impulsividade e à agressividade. “Inicialmente quando a gente escuta falar desses episódios de perda de controle, de discussões no trânsito, imediatamente, remete a essas três características”, diz ela:

Impulsividade: Estamos falando das pessoas com dificuldade para pensar, ter um comportamento mais racional antes de agir
Agressividade: Dificuldade para manejar essa emoção e essa raiva, muitas vezes direcionada para o outro.
Ansiedade: Uma preocupação com o futuro que é algo que também tem sido bem frequente nos dias atuais.

O segredo, segundo a psicóloga, é tentar controlar essas emoções, “até mesmo com ajuda profissional, se necessário”.

“Essas brigas muitas vezes acontecem por motivos muito pequenos. Foi uma pessoa que deu uma fechada na outra, uma pessoa que abriu a porta do veículo e aí a outra não viu e acabou colidindo ali”, aponta Ingrid Neto.
Para a especialista, é importante retomar o hábito de refletir antes de agir. “Pense antes de agredir o outro, de xingar o outro. A gente nunca sabe como está essa outra pessoa, se ela também tiver uma dificuldade pra manejar, a gente pode ter uma consequência aí muito maior do que simplesmente se a gente parasse pra conversar, pra tentar resolver o problema”, explica Ingrid.

“É importante a gente pensar: Será que vale a pena? Será que vale eu agredir o outro? Por mais que o outro esteja errado, será que vale a pena eu brigar com ele?”.

 

O Diário Regional

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