Corpo de brasileiro morto a tiros após brincar com cachorro nos EUA em junho ainda não foi liberado: ‘Só quero enterrar meu filho’, diz mãe

Brasileiro era da Zona Leste de São Paulo e morava havia 5 anos nos Estados Unidos; jovem morreu no dia 21 de junho em Oakland, Califórnia, enquanto entregava flores.

O corpo do brasileiro Matheus Gaidos, de 27 anos e que foi morto a tiros após brincar com o cachorro de um homem no dia 21 de junho, na Califórnia, Estados Unidos, não passou por autópsia e, por conta disso, ainda não pode ser liberado para o translado.

Ao g1, a mãe de Matheus, Isabel Martines, relatou sobre os momentos de aflição da família pela espera para enterrar o filho na capital paulista.

“Quando fiquei sabendo da morte do meu filho, eu comprei passagem no mesmo momento e fui para Oakland, onde foi o crime. Só que nem me deixaram ver o corpo, porque ele já tinha sido reconhecido e não precisavam que eu reconhecesse. Eu não o vi. Agora, eu só quero poder enterrar meu filho e que os responsáveis por essa crueldade sejam presos”, afirmou nesta segunda-feira (3).

Matheus morava nos Estados Unidos havia cinco anos e estava morando em São Francisco. Segundo a mãe, ele resolveu se mudar de São Paulo para conseguir uma melhor condição de vida.

“Sempre moramos na Zona Leste e ele queria poder ter uma condição de ganhar melhor. Então, ele foi primeiro para a Austrália. Depois, resolveu ir para os Estados Unidos. Trabalhou como motorista por aplicativo e havia cerca de um ano estava como entregador de flores. Todo ano eu o visitava, mas este ano eu não consegui. Mas ele estava programando vir para São Paulo em agosto. Não deu tempo”, contou.

Conforme a mãe, amigos contaram que Matheus estava realizando uma entrega de flores na cidade vizinha, Oakland, no dia 21 de junho. Era a última entrega antes de retornar para a casa.

“Enquanto aguardava a pessoa para entregar, ele se conectou a um jogo online. Foi neste momento que houve o assassinato e os amigos ouviram. Disseram que ouviram Matheus elogiar o cachorro. Nisso, o homem atirou”, diz Isabel.

“O meu filho era uma pessoa incrível. Tirava a roupa do corpo para ajudar as pessoas. Tinha muito, mas muitos amigos. Era muito inteligente, sempre tinha uma palavra amiga para amenizar e ajudar a todos. Estou dilacerada com a crueldade que fizeram com ele. Se briga, morre, mas se elogia, também?”.

Uma câmera de segurança registrou o momento em que Matheus encontrou o homem que passeava com dois cachorros. O vídeo divulgado pela imprensa dos EUA mostra uma breve discussão entre os dois momentos antes do dono dos animais atirar.

“O homem também estava acompanhado de uma mulher, que não fez nada. Nem socorreram meu filho. Ela foi cúmplice do crime”, diz a mãe.

Matheus foi levado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. “A polícia disse que está analisando o vídeo e divulgou a foto do homem. Estão oferecendo recompensa para quem denunciar o local. Eu vou acompanhar todo o processo para que a Justiça seja feita e prendam os responsáveis”.

Isabel conta que terá apoio do governo da Califórnia e da empresa que trabalha para o translado.

“Fizemos missa de sétimo dia, mas é tão estranho não ter velado e enterrado o corpo ainda. Ele era meu parceiro. Tínhamos um ao outro. Minha vida era para o Matheus”.

 

O Diário Regional

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