Empresário de Palmas é preso pela Polícia Federal em operação contra fraude no Seguro Defeso

Ele é suspeito de lavar dinheiro junto com sócio em posto de combustíveis. Os dois estão presos preventivamente em Palmas.

O empresário Liosmar Pereira, conhecido como Leo MultiShows, e um funcionário dele, Ricardo Silva, foram preso pela Polícia Federal em uma operação que investiga um suposto esquema de fraudes no Seguro Defeso no estado do Pará. A prisão aconteceu nesta quinta-feira (17) durante a operação Tarrafa, que cumpriu 180 mandados de busca e apreensão em 12 estados, inclusive no Tocantins.

O advogado Tulio Chegury, que defende os dois, disse que entrou com pedido de revogação das prisões preventivas e negou que eles tenham relação com o esquema investigado pela PF no Pará.

A investigação da PF apontou que uma suposta organização criminosa, que incluía vários servidores públicos, teria desviado aproximadamente R$1,5 bilhão em pagamentos de benefícios a solicitantes de 1.340 cidades.

Segundo a decisão que autorizou a operação, Liosmar Pereira e um sócio dele, Ricardo Silva Ferreira, são donos de um posto de combustível em Miracema do Tocantins. A suspeita é de que o lugar foi adquirido com recursos oriundos das fraudes e servia para lavar dinheiro.

A investigação apontou ainda que a empresa JP Multi Shows e Eventos, que também é ligada a eles, teria recebido montantes milionários do esquema criminoso. Os dois foram alvos de mandados de busca e tiveram as prisões preventivas decretadas pela Justiça.

Liosmar e Ricardo estão detidos na Casa de Prisão Provisória de Palmas e têm a audiência de custódia prevista para a próxima segunda-feira (21).

Investigações

Segundo a PF, as investigações iniciaram em 2020, quando um grupo de trabalho foi montado para apurar suspeitas de fraudes cometidas na inserção dos dados no registro geral do pescador. Depois disso, era feito pedido de deferimento do benefício previdenciário.

No total, 42 servidores públicos foram alvo da operação, que mobilizou 600 agentes federais. A PF disse que a organização criminosa agia da seguinte maneira:

  • utilizava certificados falsos em nome de servidores;
  • conseguiu gerar cerca de 436 mil pedidos de Seguro Defeso;
  • envolvia cerca de 400 mil CPFs;
  • e agia com ajuda de colônias, sindicatos e associações de pescadores.

A PF informou que os crimes investigados estão estelionato, participação em organização criminosa , falsificação de documento público, uso de documento falso, inserção de dados falsos em sistemas de informação, corrupção passiva e corrupção ativa.

O nome da operação se refere a equipamento utilizado para a pesca artesanal, em alusão ao tipo de benefício objeto da ação da organização criminosa.