Voluntários cuidaram do cultivo de fumo após a família de Augustinho Salvalagio e Salete Boger Salvalagio, de Orleans, no Sul do estado, contraírem a doença. Família diagnosticada com Covid-19 recebe ajuda bem especial
Um grupo de vizinhos fez um mutirão para cuidar da lavoura de uma família de produtores rurais de Orleans, no Sul Catarinense, diagnosticada com Covid-19. Os agricultores Augustinho Salvalagio e Salete Boger Salvalagio e outras quatro pessoas que moravam na mesma casa contraíram a doença e precisaram ficar fora do trabalho na plantação de fumo. O agricultor ficou 12 dias internado no hospital enquanto a esposa e os familiares se recuperavam em casa da doença.
“Bateu o desespero, porque eu era o mais forte da casa e estava lá, que não podia nem me governar sozinho. Minha esposa sentiu bastante também, ela não precisou ser internada, mas ficou bem mal, assim não poderia ajudar. Era só o rapaz, a moça e a nora, mas tinha leite pra tirar, vaca pra cuidar, daí foi atrasando”, contou o agricultor.
Lavoura foi recuperada após mutirão dos voluntários em Orleans, no Sul catarinense
NSC TV/Reprodução
Para impedir que a plantação da família fosse prejudicada, quatro vizinhos de Augustinho se reuniram para trabalhar na lavoura de fumo. Sensibilizados com a situação, outras 20 pessoas se dispuseram a ajudar.
“A gente sentiu a necessidade pelo que a família estava passando, então nós, entre os amigos, nos reunimos e achamos por bem fazer esse trabalho para ele”, explicou o agricultor Janilto Roveda, um dos amigos que teve a iniciativa.
A ideia surgiu em um grupo de aplicativo de mensagem que reúne 10 famílias da região. Ele conta que no início nem imaginavam que tanta gente se colocaria à disposição.
“Para nossa surpresa todo mundo foi parceiro, nas horas boas e nas horas ruins esse grupo funciona 100%”, completou Roveda.
Família de agricultores de Orleans foi diagnosticada com Covid-19 e teve que suspender trabalho na plantação
NSC TV/Reprodução
A enfermeira e nora de Augustinho, Talia Martins Carboni, contou que inicialmente ele fez o tratamento para sete dias, mas foi piorando aos poucos.
“Foi onde passou pra pneumonia. Para a gente era um momento de tristeza, a gente sempre via nos noticiários de televisão as intubações e quando a gente viu que a nossa família estava na beira né, a gente acabou ficando bem triste”, disse.
No dia combinado, as famílias foram até a plantação de fumo de Augustinho para fazer o trabalho que estava atrasado. Luzia Ascari Salvalagio, uma das voluntárias, contou que o grupo chegou ao local sem avisar Augustinho, para fazer uma surpresa.
“Muita emoção na hora, porque ver todo aquele pessoal aqui na frente da casa com uma enxada cada um, qualquer um se emociona né?”, recordou o agricultor, que se recupera da doença.
Famílias se reuniram para cuidar da plantação de fumo, em Orleans, no Sul catarinense
NSC TV/Reprodução
Emoção compartilhada também por quem se dispôs a ajudar. Para Salvalagio, não foi preciso pensar quando o amigo precisou da ajuda.
“Eu acho que essa pandemia veio pra mostrar pra nós e pra todo mundo que, apesar do ser humano ser um homem super dotado de inteligência e de poder, são essas simples atitudes que podem fazer a diferença. O importante não é a gente ter, o importante é a gente ser pessoas de fé, pessoas amigas, ser solidárias, ser pessoas companheiras que nas horas de dificuldades essas virtudes vão se sobressair”, finalizou.
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