Coreia do Sul fecha escolas em Seul para conter avanço de Covid-19

Com a maior parte dos novos casos de Covid-19 na Coreia do Sul concentrados na região de Seul, autoridades de saúde dizem que o país está à beira de um surto nacional e pediram novas medidas de controle. Nesta terça-feira, 25, o governo determinou que todos os centros de ensino da capital cancelem planos para retorno presencial às aulas, focando em vez disso no ambiente digital.

Escolas de Seul e de Icheon, assim como as nas província de Gyeonggi, próxima à capital, voltarão ao formato virtual a partir de quarta-feira e devem seguir assim até 11 de setembro.

“O surgimento preocupante desde agosto de um enorme número de contágios se traduz em infecções de nossos alunos e de funcionários, quase 200 pessoas nas últimas duas semanas”, afirmou a ministra da Educação, Yoo Eun-hae.

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Apenas os alunos do Ensino Médio, que farão as provas de acesso às universidades no início de dezembro, poderão continuar com as aulas presenciais. O começo do semestre foi adiado várias vezes desde março, mas, como casos diários haviam caído desde um pico em fevereiro, muitas escolas reabriram parcialmente entre meados de maio e o início de junho. 

Até o início do mês, a Coreia do Sul conseguiu controlar a epidemia graças a uma estratégia de testes em larga escala e rastreamento dos contatos das pessoas infectadas.

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No entanto, o país vem enfrentando nas últimas semanas uma aceleração do número de casos do novo coronavírus, após a detecção de vários focos de contaminação, a maioria relacionados com igrejas evangélicas. Desde 12 de agosto até sábado, 22, quase 800 casos foram rastreados à igreja ultra-conservadora Sarang-Jeil, em Seul. Em comparação, no mesmo período, menos de 3.000 novos casos foram registrados em todo o país. 

Nesta terça-feira, as autoridades anunciaram 280 novos casos de Covid-19, que elevaram o total para 17.945 infecções, incluindo 310 mortes. Esta terça-feira representa o 12º dia consecutivo com um número de contágios superior a 100, depois de várias semanas com um balanço diário de entre 30 e 40 novos casos.

A maioria dos novos casos de coronavírus foi registrada na Grande Seul, região em que vive metade da população do país, de 51 milhões de habitantes.

Na semana passada, as autoridades anunciaram medidas mais restritivas em Seul e sua região. No domingo as normas foram ampliadas para todo o país. O país fechou discotecas, museus e bares de karaokê. Também proibiu as concentrações religiosas e os eventos esportivos voltaram a acontecer sem a presença de torcedores.

Em um grande revés para esforços de combate por parte do governo, milhares de médicos estão realizando boicotes e manifestações contra propostas governamentais, incluindo um plano de aumentar o número de estudantes da área da saúde em até 4.000 ao longo dos próximos 10 anos. 

O governo diz que o plano é necessário para preparar o país para crises de saúde pública, como a pandemia de Covid-19. Associações de médicos, no entanto, dizem que a medida não consertaria problemas sistêmicos e superlotaria o mercado de trabalho.

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Fernanda de Souza

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