Pela primeira vez após quatro meses, o Brasil conseguiu reduzir a taxa de contágio do novo coronavírus para um nível considerado de controle da pandemia. Segundo dados do último levantamento da Universidade Imperial College de Londres, no Reino Unido, a taxa de contágio do país nesta semana – que começou no domingo, 16 – está em 0,98 e, portanto, abaixo do nível de descontrole.
Para a epidemia ser considerada controlada, a taxa de transmissão precisa estar abaixo de 1. O índice, também chamado de Rt, indica para quantas pessoas cada infectado transmite o vírus. A taxa calculada nesta semana indica que cada 100 pessoas contaminadas transmitem o coronavírus para outras 98, que por sua vez contaminam outras 96 pessoas, em uma progressão decrescente.
As razões para a queda do índice brasileiro incluem a adoção de medidas de redução da circulação de pessoa, isolamento social, como fechamento de escolas e do comércio, e de prevenção, como uso de máscara, higiene das mãos e distância mínima de 2 metros entre as pessoas.
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O índice brasileiro caiu, mas os números ainda estão em um patamar alto. E o relaxamento de medidas de segurança pode impactar no aumento das taxas. Além disso, o índice de contágio é apenas um dos indicadores que contribuem para o controle da epidemia, mas ele precisa estar alinhado com outras medidas ou há o risco dos casos voltarem a subir, como ocorreu com países como Espanha, França, Alemanha e Portugal, que apresentaram aumento da velocidade de transmissão do vírus nas últimas semanas.
A taxa brasileira é menor que a de países como Canadá (1,16), Colômbia (1,07), Índia (1,12), França (1,41), Alemanha (0,99), Rússia (1), Espanha (1,03), Portugal (1,06), Bélgica (1,08), Índia (1,08) e Peru (1,09), Argentina (1,21), Suécia (1,2), (França, 1,41). Por outro lado, é superior à da Austrália (0,82), Chile (0,85), México (0,91) e África do Sul (0,74). A análise contém dados de 68 países com transmissão ativa do coronavírus.
Atualmente, o Brasil tem 3.456.652 casos e 111.100 mortos registrados pela doença. Nesta quarta-feira, 19, a média móvel de novas notificações da doença foi de 41.695,3 e a de novos óbitos de 985,6. A média móvel semanal é calculada a partir da soma do número de casos e mortes nos últimos sete dias, dividida por sete, número de dias do período contabilizado – o que permite uma melhor avaliação ao anular variações diárias no registro e envio de dados pelos órgãos públicos de saúde, problema que ocorre principalmente aos finais de semana.