Riva detalha tentativa de comprar silêncio de empresário delator por R$ 5 milhões

Ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), José Riva detalhou à Justiça Federal a tentativa comprar por R$ 5 milhões o silêncio do empresário Junior Mendonça, delator premiado na Operação Ararath.
A informação, divulgada pelo site Gazeta Digital, foi exposta por Riva em audiência sobre a compra de uma vaga no Conselho do Tribunal de Contas (TCE). Na mesma audiência, o ex-parlamentar garantiu que “acertava” a vaga quem possuía capacidade de pagar.
 
“Foi realizada uma reunião na casa de uma irmã do Sérgio, que era em um prédio lá na Avenida Antártica, era para expor a preocupação, uma estratégia, eles tinham pedido para o Blairo [Maggi] intervir para tentar ajudar, foi quando naquela ocasião levantaram que tinha que levantar R$ 5 milhões, que era o que o Gércio Marcelino queria para não delatar”, afirmou Jose Riva.
 
Com a declaração realizada em março, José Riva assumiu a condição de colaborador unilateral. O objetivo da nova postura é alcançar benefícios como diminuição de pena futura ou mesmo absolvição.
 
O encontro ocorreu logo após busca e apreensão na casa de Junior Mendonça. Porém, o resultado não foi o esperado. Blairo Maggi teria negado ajuda. “Essa reunião acabou não tendo muito efeito porque quando foram atrás do Blairo ele disse ‘cada um se vira com o seu’”.
 
Compra de vaga
 
O processo pela compra da vaga formulado pelo Ministério Público Federal (MPF) na Operação Ararath aciona, além de Riva, Éder Moraes, Alencar Soares, Humberto Bosaipo, Silval Barbosa, Leandro e Leonardo Soares, Márcia Soares Metello e Marcos Tolentino.

A suspeita sobre a negociação da vaga surgiu justamente após depoimentos do empresário e delator premiado, Júnior Mendonça. O colaborador contou que o esquema teria sido iniciado em 2008, quando Sérgio Ricardo ainda ocupava o cargo de deputado estadual e era presidente da Assembleia Legislativa.

O ex-deputado estadual confirmou em colaboração unilateral que se beneficiava com a vaga quem possuía mais dinheiro.

“Isso é muito claro lá no colegiado. Se falava assim: Você tem dinheiro? Não. Lá vai precisar tanto. Se tem? Não. Então eu vou providenciar. Então quem providenciava mais, quem negociava ia. Isso não foi só com o Sérgio [Ricardo]. Em outros momentos eu creio que funcionou assim. Mas especialmente nessa do Sérgio funcionou assim”