São Paulo deve ir para fase verde da flexibilização em outubro, explica coordenador do Centro de Contingência

O Estado de São Paulo, assim como a capital paulista, deve entrar para a Fase Verde do Plano São Paulo no mês de outubro. Considerada a última etapa do plano de flexibilização da quarentena pela pandemia da Covid-19, a classificação permite uma retomada mais intensa das atividades econômicas, explica o coordenador executivo do Centro de Contingência da Covid-19 em SP, João Gabbardo. Segundo ele, o estado apresenta redução significativa de novos casos, óbitos e internações pelo coronavírus, o que leva ao entendimento que “a maioria das regiões serão reclassificadas”. No entanto, isso não significa que a quarentena acabou. “Dá pra dizer que a epidemia está mostrando uma redução, mas ainda estamos trabalhando com taxa elevada. Temos cada dia quase 200 óbitos. Então não podemos liberar a população de forma rápida porque corrermos o risco de ampliar a transmissão [do coronavírus] e perder tudo que ganhamos. Os indicadores são bons, mas continuamos em quarentena, há necessidade de preservar as pessoas idosas, pessoas com doenças crônicas, cardíacos, obesos, porque são pessoas que podem ter casos mais graves da Covid-19 e podem exigir atendimento hospitalar”, defende.

João Gabbardo afirma que, com as reclassificações no estado, novas configurações de horários de funcionamento e capacidade dos estabelecimentos comerciais serão adotadas. Mas ele nega as chances de bares, restaurantes e pubs terem permissão para estender o período de funcionamento após às 22h. Segundo o coordenador, o motivo para a decisão é que os locais são considerados pontos de encontros, principalmente para jovens, destinados a comemorações e festas, o que levaria a uma “aglomeração significativa”. “O Estado de São Paulo fez a opção dos restaurantes e bares fecharem às 22 horas e isso tem sido um dos motivos do sucesso [do combate ao coronavírus] de SP, com uma redução lenta e gradativa no número de casos graves”, cita.

Após ser questionado sobre o fechamento de hospitais de campanha no Estado, o coordenador do Centro de Contingência da Covid-19 afirmou que a desativação dos leitos irá acontecer de “forma segura”. “Não vai ser uma ação desordenada. E, mesmo assim, com os leitos desativados, os equipamentos servirão para serem transferidos a outros hospitais permanentes em funcionamento. Dessa forma, podemos ampliar o atendimento e a capacidade desses hospitais, que não são de campanha”, afirma. Segundo João Gabbardo, os indicadores do estado mostram que o Sistema Único de Saúde (SUS) têm condições de dar atendimento aos casos da Covid-19 “com folga de mais de 50%”, o que justifica o fechamento dos hospitais temporários. O Hospital de Campanha do Ibirapuera, última instalação ainda em funcionamento, terá atividades encerradas no dia 30 de setembro. A decisão foi anunciada pelo governador de São Paulo, João Doria, nesta sexta-feira, 25.

Fernanda de Souza

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