Líbano investiga bomba como possível causa da explosão, diz presidente

O presidente do Líbano, Michel Aoun, afirmou nesta sexta-feira, 7, que foi aberta uma investigação para determinar se a explosão no armazém da região portuária de Beirute do começo desta semana foi causada por negligência, acidente ou uma possível interferência externa. “A causa não foi determinada ainda. Há a possibilidade de interferência externa por um míssil ou uma bomba ou outro ato”, disse Aoun.

A detonação de terça deixou ao menos 154 mortes e cerca de 5.000 feridos. Vários bairros de Beirute tiveram danos em casas e prédios, e dezenas de milhares de pessoas ficaram desabrigadas.

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O presidente afirmou que a investigação sobre a explosão tenta descobrir três questões. “Primeiro, como o material entrou e foi armazenado, segundo se a explosão foi resultado de negligência ou acidente e, em terceiro, se houve interferência externa”.

Segundo o governo, a explosão de terça 4 foi causada pela detonação de 2.750 toneladas de nitrato de amônio que estavam armazenadas de forma incorreta no porto de Beirute. A investigação busca saber o que gerou a detonação.

Segundo a emissora árabe Al Jazeera, membros do governo libanês sabiam há mais de seis anos que a substância estava armazenada no porto de Beirute e estavam cientes dos perigos que isso representava.

A carga de nitrato de amônio chegou ao Líbano em setembro de 2013, a bordo de um navio de propriedade russa com uma bandeira da Moldávia. O barco estava indo da Geórgia para Moçambique, mas foi obrigado a atracar em Beirute após falhas técnicas. Após meses no local, a tripulação foi autorizada a desembarcar e a carga foi armazenada temporariamente, mas os produtos nunca saíram de lá.

Ao longo dos últimos anos, chefes da alfândega libanesa enviaram ao menos seis cartas à Justiça e a outras autoridades pedindo que fosse dado um destino ao material, mas não obtiveram respostas.

O presidente Michel Aoun disse estar determinado a investigar e revelar o que aconteceu o mais rápido possível, assim como responsabilizar os culpados.

(Com Reuters)

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Fernanda de Souza

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