Programa lançado pelo governo na véspera prevê mineração em novas áreas, incluindo indígenas, contemplando também questões relacionadas à sustentabilidade dos projetos. Os investimentos na mineração no Brasil nos próximos quatro a cinco anos devem atingir cerca de US$ 40 bilhões, disse o presidente do Conselho do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Wilson Brumer, na abertura de seminário sobre financiamento e acesso ao mercado de capitais para o setor mineral.
Segundo ele, o Brasil tem enorme potencial para ser desenvolvido, e a ampliação de pesquisas minerais pela Agência Nacional de Mineração (ANM), “liberando centenas de áreas”, permite que o setor eleve suas projeções de investimentos.
Na última sexta-feira, o Ibram havia elevado suas projeções de investimentos em novos projetos de mineração, expansões e gestão e segurança de barragens de rejeitos no Brasil em US$ 4,5 bilhões, para US$ 37 bilhões no período de 2020 a 2024, na comparação com uma cifra divulgada no início do ano.
O seminário sobre financiamento ao setor de mineração ocorre um dia depois de o governo brasileiro ter lançado um programa de Mineração e Desenvolvimento. O programa tratará de mineração em novas áreas, incluindo indígenas, contemplando também questões relacionadas à sustentabilidade dos projetos, afirmou o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, Alexandre Vidigal de Oliveira.
Em declaração no evento desta terça-feira, a secretária-executiva do Ministério de Minas e Energia, Marisete Pereira, disse que é importante incluir a indústria de mineração na estrutura de captação de recursos para elevar o desenvolvimento desse setor.
Ela ressaltou a importância de investimentos em minerais que podem contribuir para a transição energética, considerando matérias-primas para a produção de baterias.
Ela ressaltou ainda que muitos metais podem contribuir para a neutralização das emissões de dióxido de carbono.
Mineração em terras indígenas
A mineração em terras indígenas é uma das bandeiras do presidente, que por essa posição enfrenta críticas de ambientalistas e alguns representantes da sociedade civil que consideram que a exploração pode afetar as comunidades e o meio ambiente.
Trataremos do avanço da mineração em novas áreas. Um grande desafio, ao qual já começamos a trabalhar, senhor presidente, como bem retrata o PL 191, da mineração em área indígena, um direito constitucional –e entendemos, chegou a hora de enfrentá-lo com seriedade”, disse Oliveira na véspera, em evento ao lado de Jair Bolsonaro.
O secretário destacou, contudo, que o plano federal tem compromissos com questões socioeconômicas e ambientais, “ou seja, com a sustentabilidade”.
O plano, que desde 2019 vem sendo trabalhado e apresentado aos diversos agentes, tanto do setor público quanto privado que atuam ou têm interesse pela mineração, contempla 110 metas bem definidas, além de ações em dez áreas de concentração temática para a mineração no período de 2020 a 2023, segundo nota do Ministério de Minas e Energia.
O programa trata também de questões referentes à economia mineral, conhecimento geológico, investimentos e financiamentos para o setor mineral, à tecnologia e à inovação mineral.
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